Homem que assassinou pai, irmão e policial era CAC e armazenava 300 munições em casa

Homem que matou pai, irmão e policial tinha registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC) e guardava 300 munições em casa
Tragédia em Novo Hamburgo: Caminhoneiro Comete Triplo Homicídio e Deixa Nove Feridos
Na manhã desta quarta-feira (23), a cidade de Novo Hamburgo (RS) foi abalada por uma tragédia familiar. Edson Fernando Crippa, de 45 anos, matou seu pai, irmão e um agente da Brigada Militar antes de ser encontrado morto após um cerco policial de mais de nove horas.
Perfil de Edson Crippa e Investigação sobre as Armas
Edson Crippa era registrado como CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e possuía quatro armas legalizadas: duas pistolas e duas espingardas. No entanto, sua posse levanta questionamentos, pois é exigido um laudo psiquiátrico para a obtenção e renovação desse tipo de registro.
Com um histórico de esquizofrenia, Edson já havia sido internado quatro vezes devido a crises psiquiátricas. Seu pai, Eugênio Crippa, também sofria da mesma condição. As armas estavam devidamente registradas na Polícia Federal e no sistema do Exército.
Indícios de Premeditação e Estopim do Ataque
Durante as buscas na residência de Edson, foram encontrados estoques de água e isotônicos, além de 300 munições e carregadores de armas. Esses elementos levantam a suspeita de que Edson poderia estar preparado para um confronto prolongado.
O pai do atirador, Eugênio Crippa, ligou para denunciar uma agressão antes das 23h de terça-feira (22). Ao chegarem ao local, os policiais foram surpreendidos pela reação violenta de Edson, que iniciou os disparos assim que percebeu a presença das autoridades.
Segundo o tenente-coronel Alexandro Famoso, comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Edson começou a atirar “de forma inesperada e totalmente agressiva” enquanto os policiais conversavam com familiares na frente da residência.
“De forma inesperada e totalmente agressiva, ele aparece e começa a atirar em todas as pessoas que se encontravam naquele local, na frente da residência dele. Diante desses disparos, outras guarnições se deslocaram em apoio.”
As Vítimas e os Feridos
Edson Crippa matou seu pai, Eugênio Crippa (74 anos), seu irmão Everton Crippa (49 anos), e o policial militar Everton Raniere Kirsch Júnior (31 anos), que deixou esposa e um filho recém-nascido de apenas 45 dias.
Entre os nove feridos, estão seis agentes da Brigada Militar, um guarda municipal e dois familiares de Edson.
Feridos Identificados:
- Joseane Müller, 38 anos
- Eduardo de Brida Geicer
- Rodrigo Weber Volz, 32 anos (em cirurgia)
- João Paulo Farias Oliveira, 26 anos (em cirurgia)
- Leonardo Valadão Alves, 26 anos
- Felipe Costa Santos Rocha
- Volmir de Souza (Guarda Municipal)
Os familiares feridos são a mãe e a cunhada de Edson:
- Cleris Crippa, 70 anos, baleada três vezes e em estado grave
- Priscilla Martins, 41 anos, também em estado grave
Ambas foram levadas para o Hospital Municipal de Novo Hamburgo, onde permanecem internadas.
Desdobramentos e Declarações Oficiais
Edson Crippa foi encontrado morto após mais de nove horas de cerco policial. A motivação para o ataque ainda está sendo investigada, e o delegado Fernando Antônio Oliveira Sodré descreveu a cena do crime como “um cenário de guerra” devido à quantidade de disparos e munições encontradas.
Governador Eduardo Leite Lamenta a Tragédia
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, expressou suas condolências pelas mortes nas redes sociais e informou que está em contato com o secretário de Segurança Pública, Sandro Caron, para acompanhar a situação.
“Estamos de luto pelas vidas perdidas. Em nome do governo estadual, prestamos solidariedade às famílias das vítimas e agradecemos aos policiais e equipes de saúde envolvidos na operação. Que a justiça seja feita e que possamos evitar novas tragédias como esta.”
A polícia segue investigando se o ataque foi premeditado e se outras medidas preventivas poderiam ter sido adotadas.